23.7.11

Um mistério

Após seguidas noites de disputa, o conflito entre Blorg e seu pai se resolveria. Blorg não mais duelaria pelo poder sobre o controle remoto; não, a batalha agora estava resolvida: Blorg voltaria-se aos livros.
Os livros não eram objetos concorridos. O terceiro elemento da casa, a mãe, durante uma época tivera gosto pela leitura, mas essa era uma época remota. Agora, sempre que carregava um livro numa mão, na outra segurava um espanador.
Já para o pai, de controle remoto em punho e o conforto alojado nos banhas, a existência daquela estante era um mistério cuja razão de ser ele nunca compreendeu (claro, assim são os mistérios).
Blorg o superaria, tomando coragem, uma coragem louca e absurda, para desvelar - e provar que havia - um sentido para aquela estante.